UM NOVO ANO DE CRISE - 2011

Se livrem do Euro, Dólar e outras moedas-PIG


O último Comentário do Mercado foi uma retrospectiva de 2010. O subtítulo “ainda conseguiu sobreviver” está correto, pois o Euro quase entrou em bancarrota, em maio de 2010, devido à falência da Grécia. Em novembro, novamente estávamos a um fio por causa da falência da Irlanda. Em ambos os casos, procurou-se imediatamente remendar a situação, ou seja, apresentando “garantias” para as dívidas irlandesas e gregas, e com isso “apaziguando” os ânimos do mercado. Ambos os casos não estavam muito distantes de um colapso do euro e dos bancos da Zona do Euro.

2011, vai ser assim...

Logo atrás da Grécia e Irlanda, outros países PIIGS da Zona do Euro aguardam sua bancarrota. À frente temos Portugal super-endividado e carente de infra-estrutura. Provavelmente ele será salvo assim que chegar a hora, talvez ainda no início deste ano. Logo depois vem a Espanha, com uma bolha imobiliária que está se desfazendo, além de também ser carente em infra-estrutura. No caso espanhol, é difícil acreditar numa salvação através dos outros países europeus, em especial a Alemanha. E atrás vêm ainda a Itália com uma dívida interna de proporções astronômicas, a Bélgica despedaçada e então, a França. Posteriormente, quando a epidemia atingir a Itália e França, tudo está acabado para o Euro, pois é impossível salvar estes países, devido ao seu tamanho. Provavelmente atingiremos isto ainda neste primeiro semestre de 2011 – o fim do Euro através do pânico para se livrar dele, adoção de moedas nacionais e, finalmente, desintegração da União Européia.

Em outros lugares a situação não é melhor

Mesmo a crise na Europa estando numa situação atual “aguda”, não devemos ignorar as outras regiões do mundo. Por um lado temos o Japão com seu extremo endividamento interno. De outro a China com sua gigantesca bolha imobiliária e de infra-estrutura. Cerca de 65 milhões de casas estão vazias, Uma grande parte do crédito dos bancos está podre. Mas ambos os países são exportadores natos e quase sem nenhuma dívida externa.

Do outro lado do globo aparecem as duas bombas endividadas do ocidente: os países “imperiais” EUA e Grã-Bretanha. Nos últimos anos, ambos diminuíram sua indústria e consumiram a custas do crédito estrangeiro. Ambos tiveram um estouro da bolha imobiliária e imprimem dinheiro maciçamente. Os holofotes se desviaram ligeiramente de seus problemas por causa da crise européia dos últimos meses, mas eles não desapareceram. Para 2011, devemos contar com uma fuga de suas moedas e sua bancarrota. John Williams já fez um alerta diante da iminente hiperinflação nos EUA.

Ouro e Prata

Os botes salva-vidas do decadente sistema papel-moeda superaram todas as outras aplicações em 2010. O ouro subiu 37,7%, a prata 93,9%. Os perdedores diante de um cenário de inflação anual de 10% foram todas as aplicações dos bancos e planos de previdência privada. Os juros aqui são realmente bastante negativos. Isso mostra que as previdências privadas serão dissolvidas no atacado. O dinheiro vai para ouro e prata, reforma da casa e assim por diante. Em muitas cidades como Munique, existem verdadeiros booms imobiliários, especialmente no segmento de classe Premium. Os compradores, em sua grande parte, são ricos imigrantes europeus que pagam geralmente à vista. Da mesma forma, terras agrícolas e florestas são bastante procuradas, 85% de todas as compras na Alemanha vão para a conta de investidores, não de agricultores – fuga do Euro.

Existem diversas notícias indicando que o Big Money vai agora para o ouro e também a prata. Por isso suas cotações devem explodir em breve, e em seguida eclode o pânico. A crise econômica mundial mostra sua verdadeira face, os juros precisarão ser elevados às alturas – como sempre. Tudo isso deve ser esperado em 2011.

Walter Eichelburg , engenheiro.

O autor do artigo não é um consultor financeiro, mas sim um investidor em Viena - NR.

Este artigo apareceu na revista ef-online, de 8 de janeiro de 2010.

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