Wikileaks: EUA pressionaram Brasil
para conter violência no Haiti
De acordo com um despacho diplomático vazado pelo Wikileaks, datado de 2005, os Estados Unidos pressionaram o governo brasileiro a frear a violência no Haiti e reforçaram o desejo de manter o ex-presidente haitiano, Jean-Bertrand Aristide, longe do poder.
Conforme informou o jornal Folha de S. Paulo, a intenção de Washington era substituir o general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira do comando militar da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) como solução para os casos de violência.
"Surgiu um novo líder de gangues, em Cité Soleil, que pretendia se transformar em um mito: Dread Wilmé. Daí a impaciência e o apelo da embaixada norte-americana e outras por 'operações robustas'", disse nesta quarta-feira (13/01) à Folha o general Heleno, hoje no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
O general disse ter recebido apoio incondicional do Itamaraty, do Ministério da Defesa e do Exército. "As pressões eram evidentes e aconteceram desde o início da missão, em 2004. Por isso, eu deixava bem claro que a agenda de operações era de minha exclusiva competência", disse.
O diálogo sobre a missão brasileira no Haiti foi feito durante uma conversa sobre a violência no país caribenho, em que os funcionários norte-americanos pediram maior repressão contra rebeldes e gangues haitianas. Em um determinado momento, o documento revela que o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, reconhece as dificuldades enfrentadas no Haiti, mas defende a presença do Brasil como promotor da paz.
"[Garcia] afirmou que o Haiti (ao lado da Bolívia) permanece sendo uma das prioridades da política externa brasileira, um exemplo da necessidade de poderes regionais de trabalharem juntos em um esforço para estabilizar/democratizar um estado em potencial falência", escreveu o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich.
Aristide
O risco de Aristide, deposto em um golpe patrocinado pelos EUA em 2004, voltar ao Haiti, é abordado na conversa de Danilovich com Garcia e também com o atual ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na época Subsecretário-Geral Político do MRE.
"Patriota afirmou que o simples dato de Aristide existir sempre será problemático devido à sua influência em alguns setores da sociedade haitiana, porém, grande parte da comunidade internacional trabalha para isolá-lo", diz o despacho.
Garcia, por sua vez, reforçou que a presença de Aristide "não se encaixa em um futuro político democrático" no Haiti.
FONTE
Conforme informou o jornal Folha de S. Paulo, a intenção de Washington era substituir o general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira do comando militar da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) como solução para os casos de violência.
"Surgiu um novo líder de gangues, em Cité Soleil, que pretendia se transformar em um mito: Dread Wilmé. Daí a impaciência e o apelo da embaixada norte-americana e outras por 'operações robustas'", disse nesta quarta-feira (13/01) à Folha o general Heleno, hoje no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
O general disse ter recebido apoio incondicional do Itamaraty, do Ministério da Defesa e do Exército. "As pressões eram evidentes e aconteceram desde o início da missão, em 2004. Por isso, eu deixava bem claro que a agenda de operações era de minha exclusiva competência", disse.
O diálogo sobre a missão brasileira no Haiti foi feito durante uma conversa sobre a violência no país caribenho, em que os funcionários norte-americanos pediram maior repressão contra rebeldes e gangues haitianas. Em um determinado momento, o documento revela que o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, reconhece as dificuldades enfrentadas no Haiti, mas defende a presença do Brasil como promotor da paz.
"[Garcia] afirmou que o Haiti (ao lado da Bolívia) permanece sendo uma das prioridades da política externa brasileira, um exemplo da necessidade de poderes regionais de trabalharem juntos em um esforço para estabilizar/democratizar um estado em potencial falência", escreveu o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich.
Aristide
O risco de Aristide, deposto em um golpe patrocinado pelos EUA em 2004, voltar ao Haiti, é abordado na conversa de Danilovich com Garcia e também com o atual ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na época Subsecretário-Geral Político do MRE.
"Patriota afirmou que o simples dato de Aristide existir sempre será problemático devido à sua influência em alguns setores da sociedade haitiana, porém, grande parte da comunidade internacional trabalha para isolá-lo", diz o despacho.
Garcia, por sua vez, reforçou que a presença de Aristide "não se encaixa em um futuro político democrático" no Haiti.
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