“Em toda a
história, nunca uma data foi tão significativa para tantas culturas e
religiões, tantos cientistas e governos. Um cataclisma global ocasiona o fim do
mundo”. O dia é 21 de
dezembro de 2012, data em que o calendário maia prediz
que ocorrerá o final dos tempos, um evento dramatizado no filme “2012”, feito
em Hollywood pelo diretor Roland Emmerich e lançado em novembro. O filme
apresenta efeitos visuais fantásticos do cataclisma abatendo-se sobre a terra,
mostrando o desabamento das construções mais destacadas do mundo – a Basílica
de São Pedro em Roma, os arranha-céus de Nova Iorque, a estátua do Cristo
Redentor no Rio – à medida que meteoros e inundações destroem a terra. O
trailer começa com a pergunta: “Como os governos de nosso planeta conseguiriam
preparar seis bilhões de pessoas para o fim do mundo?” Logo aparece a resposta:
“Não conseguiriam”. De acordo com o filme “2012”, a Terra se fenderá ao meio,
cumprindo uma antiga profecia.
A profecia em questão vem da antiga civilização
maia na América Central, que produziu o famoso Calendário Maia. Os maias foram
os únicos habitantes nativos das Américas a desenvolverem uma linguagem
escrita. Eles também obtiveram progresso notável nas artes, na arquitetura, na
matemática e na astronomia, chegando ao auge de seu desenvolvimento durante o
período de 250 d.C. a 900 d.C. Por volta de 1200 d.C., a sociedade deles sofreu
um colapso, por razões que podemos apenas supor. Quando os conquistadores
espanhóis chegaram, os maias ainda ocupavam a região, e ainda falavam a língua
maia, mas já não tinham conhecimento de muitas coisas que seus antepassados
haviam criado.
Diego de Landa foi um padre católico-romano que
visitou o México em 1561 e é tido como infame por ter destruído documentos e
artefatos maias de valor incalculável. Embora Landa estivesse muito interessado
na cultura maia, ele abominava determinados aspectos de suas práticas,
particularmente os sacrifícios humanos. Em julho de 1562, quando evidências de
sacrifícios humanos foram encontradas em uma caverna que continha estátuas
sagradas dos maias, Landa ordenou a destruição de cinco mil ídolos. Ele decidiu
que os livros dos maias também eram obra do Diabo e certificou-se de que fossem
queimados, tendo restado apenas três livros. Conseqüentemente, foi perdida a
maior parte do conhecimento e da história dos maias.
O livro mais
importante dentre os que restaram é o chamado Códice de Dresden, que
recebeu esse nome devido à cidade na Alemanha onde ficou depositado. É um livro
estranho, escrito em hieróglifos, que ninguém foi capaz de entender até 1880.
Nessa época, Ernst Forstemann, um estudioso alemão que trabalhava na mesma
biblioteca em Dresden, conseguiu decifrar o códice do calendário maia. Ele
descobriu que o códice continha tabelas astronômicas detalhadas, com cálculos
indicando que o ano tinha 365,242 dias, e usava tabelas para predizer os
solstícios e os equinócios, as órbitas dos planetas em nosso sistema solar e
outros fenômenos celestiais.
Os maias haviam desenvolvido uma maneira
extraordinariamente complexa (e muito precisa) de medir a passagem do tempo,
que girava em torno de ciclos de 52 anos. No final de cada ciclo, eram
realizadas cerimônias religiosas nas quais os sacerdotes executavam um
sacrifício humano no topo de um vulcão extinto conhecido hoje como a Colina da
Estrela, local situado em Iztapalapa, no México. O propósito era apaziguar os
deuses para que eles não destruíssem o mundo com o final do ciclo. Os maias
aguardavam pelo sinal que anunciaria a continuidade do mundo por outros 52
anos, que era a passagem da constelação de Plêiades pelo centro dos céus.
Os maias também possuíam um outro calendário,
conhecido como o de “Contagem Longa”. O funcionamento dele é bastante complexo
e vai além do escopo deste artigo. Na internet há informações em “Contagem
Longa” na Wikipedia. A atual Contagem Longa teve início em 3114 a.C. Na
mitologia maia, cada ciclo de Contagem Longa é uma era mundial na qual os
deuses tentam criar criaturas piedosas e subservientes. A Primeira Era começou
com a criação da Terra, que tinha sobre si vegetação e seres vivos.
Infelizmente, como eles não possuíam a habilidade da fala, os pássaros e os
animais eram incapazes de prestar honra aos deuses e foram destruídos. Na
Segunda Era e na Terceira Era, os deuses criaram os humanos do barro e depois
da madeira, mas estes também fracassaram em agradar os deuses e foram
aniquilados. Estamos atualmente na Quarta Era, que é a Era Final, a era do ser
humano moderno, completamente funcional.
A visão popular apresentada no filme de Roland
Emmerich é que a presente era termina em 21 de dezembro de 2012. E o que vem
depois? A interpretação dele é que o mundo acaba em fogo e em inundação.
Susan Milbrath, curadora de
Arte e Arqueologia Latinoamericana do Museu de História Natural da Flórida,
declarou: “Nós (a comunidade arqueológica) não temos nenhum registro nem
conhecimento de que os maias pensassem que o mundo chegaria ao fim em 2012. Na foto, calendário
maia.
Os eruditos questionam isso. Susan Milbrath,
curadora de Arte e Arqueologia Latinoamericana do Museu de História Natural da
Flórida, declarou: “Nós (a comunidade arqueológica) não temos nenhum registro
nem conhecimento de que os maias pensassem que o mundo chegaria ao fim em 2012.
Interpretar o dia 21 de dezembro de 2012 como o evento do juízo final é uma
invencionice completa e uma oportunidade de ganhar dinheiro para muitas
pessoas”. Algumas visões de espiritualidade alternativa baseadas no misticismo
da Nova Era e na astrologia vêem a data como sendo um acontecimentos positivo
em vez de ser o dia do juízo final: seria a transição da “Era de Peixes,
violenta e escura” (i.e., esta era) para a Era de Aquário, “um milênio de amor
e luz”.
Para ficar claro: eu não atribuiria nenhum
significado à data de 21 de dezembro de 2012. Contudo, embora aceitando as
objeções acadêmicas às interpretações populares sobre a cultura maia e deixando
o misticismo da Nova Era de lado, o próprio fato de que o filme está sendo
feito já diz algo sobre o mundo em que vivemos. As pessoas estão conscientes da
possibilidade de que calamidades venham a se abater sobre nós – e Hollywood
pegou essa deixa com uma série de filmes sobre catástrofes que estão para ser
lançados. The Wall Street Journal, de 31 de julho de 2009, publicou um
artigo intitulado “Hollywood Destrói o Mundo”, que dizia:
Uma enxurrada de histórias pós-apocalípticas segue agora em direção às telas de cinemas e de TV. O diretor Roland Emmerich já quase destruiu o mundo por três vezes. Desta vez ele tem a intenção de terminar o trabalho. Em seu filme “2012”, a terra se fende ao meio, cumprindo uma antiga profecia.
O artigo prossegue listando uma série de filmes
que estão para ser lançados, sobre uma futura calamidade que destruirá a
civilização e como um punhado de pessoas sobram e lutam em um mundo em ruínas
buscando sobreviver: The Book of Eli [O Livro de Eli], Day One [O
Primeiro Dia], The Colony [A Colônia], e The Road [A Estrada]. Ao
apresentar motivos para isso, o artigo diz:
A maioria dos autores dessas histórias diz que está reagindo à ansiedade a respeito de ameaças reais em tempos incertos: os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, duas guerras dos EUA em países estrangeiros, pandemias múltiplas, uma crise financeira global e nova atenção a perigos ambientais. Roland Emmerich afirma: “Ando realmente muito pessimista atualmente”.
Logicamente que não
é apenas em Hollywood que as pessoas estão falando sobre um cataclisma que está
por vir, ou para destruir o mundo, ou para reformá-lo de forma a ficar
irreconhecível. Os noticiários sobre Israel têm apresentado referências à
Guerra de Gogue e Magogue, a profecia bíblica encontrada em Ezequiel 38-39
sobre a batalha dos últimos dias, na qual Deus resgatará Israel de uma invasão
de nações hostis. Alguns israelenses acreditam que chegou a hora de construírem
o Terceiro Templo, profetizado como algo que acontecerá nos “últimos dias” da
história. O aiatolá Khamenei, do Irã, conclamou as nações muçulmanas ao redor
do mundo para se unirem militarmente em resposta à iminente vinda do salvador
messiânico do islã – o Mahdi. Os líderes muçulmanos radicais do Irã acreditam
que o Mahdi irá surgir no final da era, proporcionando aos muçulmanos a derrota
de Israel e do Ocidente, e que ele governará sobre todo o mundo. Os
ambientalistas radicais dizem que o dia do juízo final está chegando
rapidamente por causa do aquecimento global. Cristãos evangélicos, como eu,
crêem que os acontecimentos globais estão se alinhando exatamente como Jesus
Cristo e os profetas bíblicos disseram que aconteceria nos “últimos dias”.
De acordo
com o filme “2012”, a Terra se fenderá ao meio, cumprindo uma antiga profecia.
O perigo das versões de Hollywood sobre o fim do mundo
Elas fazem com que as pessoas fiquem tão
temerosas da calamidade vindoura que: (1) não vêem nenhuma saída, ou (2)
tornam-se céticas com respeito à mensagem verdadeira das profecias bíblicas
sobre os últimos dias. As versões múltiplas dos “cenários do fim do mundo”
também significam que as pessoas podem colocar as profecias maias, os escritos
de Nostradamus, ou as esperanças islâmicas com respeito ao Mahdi no mesmo nível
que as profecias da Bíblia.
Ao mesmo tempo, muitas pessoas estão despertando
para o fato de que o mundo está realmente ameaçado de desastres vindos de
múltiplas frentes – a propagação de armas de destruição em massa, a ameaça de
colapso econômico, a dependência do sistema mundial com relação ao petróleo que
se extinguirá, a questão ambiental, o conflito no Oriente Médio, a violência e
a ilegalidade que se tornam cada vez mais abundantes, a ruptura da vida
familiar e a insegurança que milhões estão enfrentando como resultado de tudo isso.
Esses fatores levam as pessoas a questionarem:
“Será que o mundo assim como o conhecemos está chegando ao fim?”
De acordo com as profecias bíblicas, está! Todos esses fatos, e outros mais, estão profetizados na Bíblia para
acontecerem nos últimos dias desta era. Jesus disse que nos tempos finais,
antes de Sua volta, haveria uma época de tamanha dificuldade que, se Deus não a
tivesse abreviado, ninguém sobreviveria: “Porque nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem
haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo;
mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.21-22).
Uma série de profecias do Antigo Testamento
enfoca o conflito em torno de Jerusalém (Jl 3; Zc 12-14), e Jesus disse: “Cairão
a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os
tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles. Haverá sinais
no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em
perplexidade [a palavra grega aqui é “aporia”, que significa “sem nenhuma
saída”] por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que
desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo;
pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem [i.e.,
Jesus] vindo numa nuvem, com poder e grande glória” (Lc 21.24-27).
No livro do
Apocalipse, lemos sobre uma série de desastres que atingirão a terra, o que se
ajusta perfeitamente com os problemas do mundo atual. Guerras mundiais e fomes
causam mortes em massa (Ap 6.1-8). Árvores e pastagens são queimadas, os peixes
do mar morrem como se algo como uma grande montanha fosse atirada ao mar
(asteróide?), e águas doces se tornam impróprias para beber (Ap 8.7-11). Surge
um regime ditatorial que força as pessoas a aceitarem uma marca e um número
(666), sem os quais nada se pode comprar ou vender (Ap 13). Rios secam e as
pessoas são afligidas com grande calor (Ap 16). A batalha final do Armagedon
reúne os exércitos do mundo em Israel e fecha esta era com o retorno físico do
Senhor Jesus Cristo à terra (Ap 16.16; Ap 19.11-21).
As pessoas
estão conscientes
da possibilidade de que calamidades venham a se abater sobre nós
– e Hollywood pegou essa deixa com uma série de filmes sobre
catástrofes que
estão para ser lançados.
A Bíblia também
nos dá grande esperança por causa da Segunda Vinda física do Senhor Jesus Cristo e do livramento de
todos os que O recebem como Salvador e Senhor. O cinema-desastre termina sem
nenhum sobrevivente, ou com um punhado de sobreviventes se debatendo em um
planeta que está para morrer. Na Bíblia, os acontecimentos catastróficos dos
últimos dias serão seguidos pelo retorno físico do Senhor Jesus com todos
aqueles que colocaram sua confiança nEle. Os sobreviventes da Tribulação que
aceitarem Jesus como Salvador viverão em uma terra restaurada durante 1000 anos
(o Milênio), em cujo tempo Satanás será amarrado e incapaz de enganar as nações
(Ap 20), haverá paz em todo o mundo (Is 2.1-4) e harmonia no mundo natural (Is
11). Este será o prelúdio para a eternidade, quando Deus criará novos céus e
nova terra nos quais a justiça habitará (2 Pe 3.13).
O primeiro estágio
nesse processo ocorrerá quando o Senhor vier e levar para estarem com Ele todos
aqueles que crêem nEle. Não podemos saber exatamente quando isso acontecerá,
mas precisamos estar prontos. Jesus disse: “Mas a respeito daquele dia e
hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24.36). Paulo escreveu sobre o que acontecerá: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens,
para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o
Senhor” (1 Ts 4.16-17).
Esse acontecimento
ocorrerá “como um ladrão de noite” (1 Ts 5.2), o que significa que
acontecerá inesperadamente, sem aviso. Portanto, precisamos nos arrepender
(afastar-nos) dos nossos pecados e aceitar Jesus como Salvador e Senhor de
nossa vida. Se quiser ser salvo do julgamento de Deus, você deve confiar no
Senhor Jesus, que morreu como sacrifício pelos nossos pecados e ressuscitou
dentre os mortos para nos dar vida eterna: “Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). (Tony Pearce, Light for The Last Days - http://www.chamada.com.br)
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