"Têm estes
um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que
possuem" (Ap 17.13).
Esse texto das Escrituras
é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. As
palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade
mundial. Devemos notar bem que os "dez reis" não são
forçados a entregar o poder ao maligno, à besta, mas que eles
"oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem".
Obviamente é decisão unânime dos dez reis permitirem que
uma pessoa governe, ao invés de dez.
O velho provérbio:
"Unidos, resistiremos; divididos, cairemos", aplica-se a este caso.
Com que propósito os "dez reis" entregarão seu poder
e sua autoridade? No versículo seguinte temos a resposta: "Pelejarão
eles contra o Cordeiro..."
Quanta arrogância!
Não se trata de um mal-entendido causado por um erro de comunicação,
mas claramente de uma ação deliberada contra o Senhor. O versículo
12 nos mostra que estes dez reis "...recebem autoridade como reis, com
a besta, durante uma hora", indicando que a besta faz parte da estrutura
de poder dos dez reis que voluntariamente transfere sua autoridade à
pessoa chamada "a besta". O ímpeto final de todas as nações
é dirigido contra o Cordeiro. Por quê? Porque todas as nações
estão sujeitas ao governo do príncipe das trevas, o deus deste
mundo!
Mil anos antes de Cristo,
o salmista escreveu: "Os reis da terra se levantam, e os príncipes
conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços
e sacudamos de nós as suas algemas" (Sl 2.2-3). Não devemos
minimizar a afirmação de que as nações se opõem
ao Senhor e escolhem o deus deste mundo. Esses versículos bíblicos
acabam com qualquer dúvida de que todas as nações são
fundamentalmente contrárias ao Senhor e Seu Ungido.
Alguém pode fazer
uma pergunta legítima: "Por que as nações se levantariam
contra o Senhor?" O apóstolo Paulo responde: "Ora, o aparecimento
do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo
poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça
aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.
É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação
do erro, para darem crédito à mentira" (2 Ts 2.9-11).
Eles optarão entre
"sinais, e prodígios da mentira" e "o amor da
verdade". Essa é a obra do pai da mentira que engana as nações.
As massas humanas o seguirão voluntariamente, de maneira que no final
os dez líderes mundiais eleitos entregarão sua autoridade e seu
poder ao anticristo.
Em contraste, a intenção
de Deus está claramente revelada em João 3.16: "Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
A rejeição intencional da oferta da salvação é
o motivo pelo qual Deus "lhes manda a operação do erro".
Quero salientar que: pelas
aparências, o mundo imagina que segue a justiça. Os líderes
políticos e religiosos pretendem estabelecer a verdade e a prosperidade
na terra através da imposição pacífica da democracia
em toda parte. Pouco se pode dizer contra os surpreendentes progressos alcançados
no que se refere ao nosso padrão de vida – em especial no Ocidente. Que
o digam as classes inferiores da sociedade! Poucos sonhavam, há 50, 60,
ou 70 anos atrás, adquirir tanto com seus salários. O conforto
com que contamos hoje era inconcebível há algumas décadas.
Quem, no início deste século, imaginaria possuir telefone, geladeira,
ar-condicionado, e um automóvel deslizando suavemente pelas rodovias?
Quem alguma vez pensou que teríamos acesso a qualquer tipo de alimento
fresco no mercado 24 horas por dia? Estes avanços tornaram-se tão
abundantes, graças à unificação dos países.
O Estado norte-americano da Carolina do Sul, por exemplo, testemunhou a triplicação
da economia num período de apenas duas décadas. Mas, apesar de
todo este progresso em benefício da humanidade, o homem continua insatisfeito;
há um vazio em seu íntimo.
Em minha visita ao Parlamento
Europeu em Bruxelas, na Bélgica, um professor enfatizava entusiasticamente,
numa conferência de duas horas, que o sucesso e a riqueza da Europa são
apenas o começo. Mais de 30.000 funcionários em inúmeros
escritórios trabalham com os 626 representantes eleitos do Parlamento,
comunicando-se em 11 idiomas com a ajuda de 7.500 tradutores profissionais.
O conferencista enfatizou de forma clara a pretensão da União
Européia em assumir as responsabilidades dos países-membros soberanos.
"Precisamos de mais europeização", enfatizou o orador.
"Identidades nacionais", continuou, "são prioridades secundárias".
Tornar-se membro da União Européia é extremamente difícil,
mas é impossível retirar-se dela. A constituição
não prevê o desligamento de membros. "Isso é para sempre!",
disse o orador.
O espírito de unificação
é irresistível e infindáveis são as possibilidades.
No passado se perguntava: Quem são estes dez reis? Referem-se a dez nações
européias? Em 1967 o Dr. Wim Malgo, fundador da "Obra Missionária
Chamada da Meia-Noite", escreveu: "Não procuremos por dez países-membros
do Mercado Comum Europeu como sendo o cumprimento de Apocalipse 17.12. Ao invés
disto, procuremos as dez estruturas de poder que se desenvolverão por
iniciativa européia, mas serão de alcance mundial."
Vemos a globalização
não só na política e na economia mas também na religião.
A maioria dos conflitos militares, tanto no passado como no presente, têm
sido basicamente em torno de questões religiosas. No Sudão, os
muçulmanos estão assassinando cristãos, mas na antiga Iugoslávia
os maometanos foram dizimados por "cristãos" sérvios
mais fortes. O conflito entre a Índia e o Paquistão, na verdade,
é uma questão religiosa entre muçulmanos e hindus.
Desta forma, a unificação
é o próximo passo para a Nova Ordem Mundial globalmente democrática
que prosperará pacificamente. Por isso, não fico surpreso ao ver
o grande sucesso de movimentos que têm por objetivo unir as denominações.
Depois de conseguido isto, o anelo dos homens se voltará para um líder
que, de acordo com muitos estudiosos da Bíblia, só espera a hora
de se manifestar. Um rei terrível, de "feroz catadura" (Dn
8.23), a besta, o anticristo, está por vir!
À luz de todos estes
fatos, como crentes no Senhor Jesus Cristo, o que devemos fazer? A resposta
está em 2 Tessalonicenses 2.15-17: "Assim, pois, irmãos,
permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas,
seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo
mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação
e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração
e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra." (Arno
Froese - http://www.chamada.com.br)
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