As
autoridades de propaganda da China colocaram dois dos jornais mais
populares e coloridos de Pequim sob nova direção, informou a imprensa
estatal, em um movimento denunciado pelos críticos como um esforço para
censurar as notícias.
Autoridades
de mídia sob comando do Partido Comunista de Pequim assumiram o comando
dos populares “ Beijing News ” e do “ Beijing Times ”, informou o site
estatal Qianlong na tarde de sábado.
Ambos
os jornais regularmente publicavam histórias criticando as
administrações locais em toda a China, assim como artigos desafiando os
decretos emitidos pelo departamento de propaganda do partido com ordens
para a mídia apresentar a sociedade chinesa de uma forma positiva.
Ambos iniciaram suas publicações cerca de uma década atrás e ganharam popularidade por suas histórias e propagandas coloridas.
A
mudança teve por fim adaptar os dois jornais ao controle da
administração local e frear uma guerra publicitária entre as
publicações, disse a reportagem. Os dois jornais podem se tornar um só,
acrescentou.
O
Beijing News era anteriormente uma empresa comum entre o Grupo
Guangming Daily e o Grupo Southern Daily, indiscutivelmente a editora de
jornais mais ousada da China.
O
jornal Beijing Times era dirigido pelo Grupo People’s Daily cujo
carro-chefe, People’s Daily, é o porta-voz oficial do Partido Comunista.
Funcionários e jornalistas de ambos os jornais recusaram-se a comentar sobre a tomada, quando contactados pela AFP, no domingo.
Mas postagens na Internet criticavam a mudança.
“ Dois
jornais de Pequim foram rebaixados, e sua forma ousada de falar foi
seriamente dificultada ”, um usuário chamado brkchinese escreveu no site
de microblog Twitter.
Aboluowang,
outro usuário do Twitter, escreveu: “ O governo de Pequim assumiu o
comando das principais publicações que se arriscavam a falar … parece
que o amordaçamento da opinião pública na capital foi intensificado. ”
O
governo chinês censura rigorosamente os jornais do país, as
transmissões de mídia e a Internet, bloqueando todas as informações que
considere sensíveis.
Os
controles foram ainda mais apertados através de uma pesada repressão ao
divergentes, com um número de proeminentes advogados e ativistas
detidos, em meio a temores oficiais que as recentes revoltas no mundo
árabe poderiam desencadear movimentos semelhantes na China.
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