Ex-funcionário do Google, que preferiu não se identificar, narrou um pouco de sua história ao trabalhar com o lado obscuro da internet. Seu trabalho era revisar assuntos controversos postados no serviço da empresa, entre eles bestialidade, necrofilia, corpos mutilados, suicídios, fetiches explícitos e pornografia infantil.
O homem classifica sua experiência como no mínimo assustadora. Após se formar no colégio, ele trabalhou com política, lidando com mídias sociais. "Um dia um recrutador me ligou e disse: você deveria trabalhar para Google", conta.
Pelo telefone ele foi avisado que iria trabalhar com "conteúdo delicado". Mas não lhe ocorreu que não teria nenhum suporte emocional ou técnico. "A pior parte do trabalho era lidar com pornografia infantil, pela lei você deve retirar o conteúdo em 24 horas e reportar as autoridades federais. Ninguém queria trabalhar com isso no Google" informa.
Tendo que avaliar mais de 15 mil imagens por dia, o jovem averiguava diferentes produtos da empresa, entre eles: Google Imagens, Picasa, ferramenta de buscas, Orkut , etc.
Imagem do teste de Rorschach
O Google financiou uma sessão junto com o terapeuta do governo. E o encorajou a seguir com o tratamento, após terminá-la. No 9º mês em que estava trabalhando, ele recebeu a notícia de que não seria efetivado, mas não lhe explicaram os motivos. "Tive dois meses para procurar outro emprego" conta. No Google um contratado só pode permanecer na empresa por 1 ano, antes de sair ou ser efetivado.
O jovem relata que não foi o único a passar por esta experiência traumatizante. Os contratados do YouTube também passam pelo mesmo trauma. "Eles têm de sentar e assistir das 10 da noite às 8 da manhã, conteúdo tão semelhante ao que tive. Mas ninguém comenta nada".
"Se você for só um contratado do Google, não passa de um nome em um departamento", conclui.
E você aceitaria trabalhar nessas condições, mesmo custando sua saúde?
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