O PASTOR E SUA RESPONSABILIDADE PARA COM O DISCIPULADO


De quem é a responsabilidade de conscientização e ação no tocante ao discipulado na igreja? De ninguém mais a não ser o pastor. É ele, semelhantemente a Jesus, quem deve planejar e colocar em prática o discipulado na igreja o qual é o responsável. Ele deve ensinar sobre o assunto à luz da Bíblia para toda a congregação, deve treinar discipuladores e ele mesmo deve discipular alguém. 

Sabemos que dependendo do tamanho da igreja, essa tarefa para o pastor pode ser mais facilitada ou não. O que não se pode aceitar é uma congregação que não possua um processo discipulatório. Um pastor que não se interesse pelo crescimento em Cristo de seus irmãos, que não os procure, que não se importe com isso, que fique apenas nas teorizações, não é um pastor que apascenta o rebanho de Cristo com conhecimento e com inteligência. (Jr 3.15).
Com o advento das assim chamadas mega-igrejas, o que acontece muitas vezes é que o discípulo de Jesus é somente mais uma gota naquele oceano. Ou seja, valoriza-se em muitas dessas igrejas a sua performance a cada domingo nas chamadas celebrações, a música, o culto-show e assim perde-se e muito o valor do real contato entre os irmãos e um ambiente para que um genuíno discipulado possa ocorrer. 

Esse desvio de atenção para a importância do discipulado, é típica de muitos que vivem folgazões com seus confortos e privilégios, principalmente no meio urbano. Muitos só desejam estar na igreja aos domingos, sem ter mais nenhum compromisso em outros dias da semana e que dirá se lhe for pedido que participe de um processo de discipulado, quer como discipulador ou como discipulando. 

Ainda bem que há exceções a esta tendência. A revista Cristianismo Hoje, uma publicação bimensal, em sua reportagem de capa Discipulado - caminho seguro para o crescimento demonstra o exemplo da Assembléia de Deus da Ilha do Governador no Rio de Janeiro onde o pastor, Elizeu Menezes, implantou com sucesso um modelo de discipulado onde um cristão mais antigo "adota" um cristão mais novo na fé e procura acompanhá-lo em seu crescimento em Cristo, mantendo sempre o contato, estimulando-o a ir aos cultos para aprender mais. Com isso, os seis mil membros distribuídos entre o templo central e dezoito congregações tem sido melhor conduzidos. 

Outro exemplo vem da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida. O pastor John McAlister adotou um modelo de discipulado onde cada atividade da igreja é elaborada e planejada com o fim de formar e treinar novos discípulos em Jesus. Ele explica que em sua igreja o discipulado não é um curso à parte, mas a ênfase de tudo aquilo que eles fazem como igreja.
Portanto, vemos que é perfeitamente possível e obrigatório que o pastor da congregação, buscando a direção de Deus, usando a criatividade de acordo com a realidade de sua igreja e sob bases estritamente bíblicas, implante, caso não haja ou seja ineficiente, um sistema de discipulado para seu rebanho. 

Irmãos, não estou querendo dizer que discipulado seja somente disponível para neo-conversos. TODOS são partícipes dos benefícios de um discipulado bíblico porque TODOS estamos crescendo e aprendendo cada dia a sermos parecidos com Jesus Cristo.
Eventos não são discipulado. Igrejas há que concentram tudo nas programações, mantendo os crentes ocupados e envolvidos e isto não resulta em um crescimento semelhante a Jesus. O discipulado autêntico busca formar vidas. Para discipular, imprescindível é que alguém seja discípulo. 

Há igrejas que se tornaram um mero ajuntamento de pessoas onde não existe a preocupação genuína pela vida do outro. Isso já vem de púlpito. Pastores que não pastoreiam. Que não visitam a ovelha, que sequer lhes telefonam para saber como estão. Como poderá haver a transfusão de vida que há em Jesus Cristo se não há esse genuíno interesse em discipular meu irmão? 

Sendo assim, se você está em uma igreja onde não há um discipulado real, calcado na realidade e que seja bíblico, ou seja, um discipulado que transmita ao outro a vida em Jesus para que vá crescendo saudavelmente, procure outro lugar onde isso aconteça. Não se limite a ficar em uma congregação onde há tudo menos a real preocupação de uns pelos outros, principalmente quando isso começa do exemplo pastoral, que não procura e não pastoreia ou discipula de fato suas ovelhas. 

Para que alguém seja um discipulador, repetindo, ele deve ser um discípulo. Este está inteirado da verdade do Evangelho. Segue em obediência a Jesus. Têm o caráter moldado por causa dessa caminhada diária. Este sim, pode ter muito sucesso, melhor, ser uma benção para aquele ou aqueles aos quais está discipulando. 

Que todos possamos viver estes padrões e assim ajudar na obra de crescimento e edificação da igreja de Jesus. Se você é pastor e não se enquadra nos padrões para ser um verdadeiro discipulador, urgentíssima é sua necessidade de mudança, posto que você está como modelo dos fiéis. Ainda dá tempo de consertar as coisas, o Senhor que o chamou é misericordioso.
Que o Senhor da glória seja com Sua Igreja e com seu rebanho, amém!

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