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Recentemente, o pastor Blahyi foi selecionado pela revista The Economist e o canal de TV PBS para contar sua história em um documentário intitulado “The Redemption of General Butt Naked” [A Redenção do General Pelado].Os cineastas Eric Strauss e Daniele Anastasion passaram quase cinco anos com Blahyi, seguindo de perto sua busca pelo perdão de seus ex-soldados e parentes de suas vítimas.
Strauss tornou-se interessado na biografia de Blahyi depois de ler sobre ele em um livro: “Era uma pequena história sobre um líder famoso que matou milhares e agora andava pelas ruas pregando a verdade e a reconciliação. Eu me perguntava se uma pessoa assim realmente existia. Seria possível esse “Extreme Makeover? “, explicou o cineasta ao Los Angeles Times.Oferecendo uma resposta às suas próprias perguntas através desse documentário, o filme enfatiza a fé e o perdão.
“Somente o cristianismo pode ajudar esta nação, porque o cristianismo é a única crença verdadeira. A única fé que lhe diz para amar os seus inimigos, aceitar e perdoar aqueles que te machucam”, explica Blahyi em um trecho do filme. “Quem vocês estão vendo aqui foi um rebelde conhecido. Só quem pode desarmar é o amor. Só Deus pode mudar sua vida”.Antes de sua conversão, Blahyi, praticava magia negra e o foi conselheiro espiritual do falecido presidente da Libéria, Samuel K. Doe.
Aos 11 anos, foi iniciado como feiticeiro tribal e participou de seu primeiro sacrifício humano, que realizou mensalmente até os 25. Mais tarde ele foi nomeado o bruxo de sua aldeia onde afirma que reunia-se regularmente com Satanás.Ele recebeu o apelido de “General Pelado” porque sempre ia para as batalhas usando apenas sapatos e empunhando uma arma. Ele acreditava que sua nudez impediria as balas de matá-lo.
O General afirma ter matado muitas crianças que ofereceu para Satanás. Ele tomou o sangue e comia o coração de suas vítimas antes de ir para uma batalha. Por isso todos em seu país ainda o temem, apesar de sua conversão.Blahyi explica que em 1996 teve um encontro dramático com Jesus, durante uma das batalhas mais brutais na história da guerra na Libéria. Para muitos, seu relato é semelhante à conversão do apóstolo Paulo na estrada de Damasco.
O pastor conta que Jesus apareceu diante dele como uma luz ofuscante e disse que ele iria morrer se não se arrependerem de seus pecados. “A tradição fez-me acreditar que ao me tornar guerreiro tinha que fazer sacrifícios antes de ir para a batalha. Mas Deus me apareceu quando eu estava nu, no meio da batalha, e disse que eu estava a fazer o trabalho de Satanás”.Depois disso, aceitou a Cristo e pediu perdão pelos seus pecados. Abandonou o exército e passou a defender a paz e combater a violência. Desde então, muitos creram no seu arrependimento e transformação, mas outros acreditam que ele está mentindo.
Ele é presidente e fundador do Ministério Evangelístico Trem do Fim dos Tempos, no país vizinho de Gana. É casado com a pastora Josie e têm três filhos: Michaela, Joshua Jr e Janice. Fundado em 1999, seu ministério atua em áreas remotas da África, incluindo Togo, Benin, Nigéria, Chade, Guiné e Libéria, sua terra natal.O filme sobre sua vida vai ao ar dia 22 de janeiro de 2012 no Documentary Channel. A Comissão para Verdade e Reconciliação foi estabelecida no seu país natal para definir quem deveria ser julgado por crimes de guerra. O pastor Blahyi foi indiciado e disse que está disposto a ser julgado por crimes de guerra por um tribunal em Haia.
Depois de admitir à Comissão que seu grupo foi responsável pela morte de 20 mil pessoas, Blahyi disse esperar que sua confissão ajude a curar as feridas de seu país. Afirmou ainda que está preparado para qualquer decisão da Comissão. “Se for condenado, posso ser eletrocutado ou enforcado, mas acredito que o perdão e a reconciliação sejam os melhores caminhos a seguir.”
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